Cirurgia do ombro: como é feita a videoartroscopia?

Dra. Taís Brusantin de Oliva

Ortopedista especialista em cirurgia de ombro e cotovelo

A cirurgia do ombro por videoartroscopia.

A cirurgia do ombro por videoartroscopia, também conhecida como artroscopia do ombro, é um procedimento minimamente invasivo usado para diagnosticar e tratar diversos problemas que prejudicam a articulação.

Através de uma pequena incisão na pele, o cirurgião introduz uma câmera chamada artroscópio para examinar as estruturas internas do ombro do paciente.

Outras incisões são feitas para inserir instrumentos cirúrgicos e materiais usados na reparação articular.

A videoartroscopia do ombro apresenta várias vantagens em relação aos métodos tradicionais de cirurgia aberta.

  • Baixo risco de infecção
  • Menos dor no pós-operatório
  • Menor tempo de recuperação
  • Cicatrizes discretas

A técnica pode ser utilizada para diagnóstico e tratamento de lesões no manguito rotador, instabilidade do ombro, bursite, tendinite, lesões labrais, osteoartrite, entre outras condições.

O que acontece durante a videoartroscopia?

  • Anestesia

O paciente recebe anestesia geral e em alguns casos é feito o bloqueio anestésico do braço para reduzir a dor nas primeiras horas do pós-operatório.

  • Posicionamento

O paciente é posicionado de maneira a permitir o acesso ao ombro durante a cirurgia. Normalmente, será colocado deitado de lado ou em uma posição semi-sentada.

  • Incisões

O cirurgião faz pequenas incisões na pele do ombro, com cerca de 5.0 mm de diâmetro.

As incisões servem como portais de entrada para a câmera, instrumentos e materiais cirúrgicos.

  • Avaliação

O cirurgião introduz o artroscópio (tubo fino com uma câmera na ponta), e recebe imagens ampliadas do interior do ombro num monitor de vídeo.

O médico examina cuidadosamente as estruturas do ombro, como o manguito rotador, a cápsula articular, os ligamentos e a cartilagem.

  • Inserção de instrumentos cirúrgicos

São introduzidos instrumentos e materiais necessários para tratar os problemas diagnosticados.

  • Lavagem e fechamento

O cirurgião lava o ombro com solução salina para remover qualquer fragmento ou detrito.

Após a conclusão dos procedimentos necessários, as incisões são fechadas com suturas ou adesivos cirúrgicos.

Como é o pós-operatório?

Normalmente o paciente tem alta hospitalar no dia seguinte e deve usar uma tipoia para imobilizar o braço e o ombro.

A dor nos primeiros dias incomoda mais.

O uso dos analgésicos e anti-inflamatórios, conforme a orientação médica, e a aplicação de compressas de gelo trazem alívio.

A fisioterapia é essencial para o sucesso do tratamento.

O paciente vai recuperando os movimentos gradualmente.

Todo o processo de reabilitação leva em média 6 meses.

Quais são os riscos de complicações?

A videoartroscopia é uma técnica que vem sendo aperfeiçoada há décadas, é amplamente utilizada e considerada segura.

Porém, como em qualquer cirurgia, existem alguns riscos associados, como infecção, sangramento, lesão nervosa, rigidez persistente, formação de coágulos sanguíneos e reações adversas à anestesia. Tire todas as suas dúvidas sobre os riscos com seu médico.

Em que casos não é possível fazer a videoartroscopia?

Embora a videoartroscopia do ombro seja uma técnica versátil, existem alguns casos em que pode não ser possível realizar o procedimento.

Alguns exemplos que exigem a realização da cirurgia tradicional (aberta) são:

  • Lesões ou condições anatômicas complexas

Em casos de lesões ou condições anatômicas complexas, pode ser necessário um acesso mais amplo e direto para visualização e tratamento adequados.

  • Grande perda de tecido ou destruição articular

Se houver uma grande perda de tecido articular ou destruição da articulação do ombro, a videoartroscopia pode não ser suficiente para realizar o reparo ou a reconstrução necessária.

  • Contraindicações médicas

A presença de condições como doenças cardiovasculares, pulmonares ou metabólicas graves, pode tornar a videoartroscopia do ombro arriscada.

A equipe médica terá de avaliar cuidadosamente a aptidão do paciente para o procedimento.

  • Cirurgias prévias

Em certos casos, cirurgias prévias no ombro podem ter deixado cicatrizes ou alterado a anatomia da região, tornando a videoartroscopia menos viável ou mais difícil de ser realizada com segurança.

Dra. Taís Brusantin de Oliva

CRM 35382 / RQE 28242

Médica formada pela UEL - Universidade Estadual de Londrina com Residência de Ortopedia e Traumatologia também pela UEL; Especialização em Cirurgia de Ombro e Cotovelo pelo Hospital do Servidor Estadual de São Paulo; Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT); Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ombro e Cotovelo.

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