Dra. Taís Brusantin de Oliva
Ortopedista especialista em cirurgia de ombro e cotovelo
As fraturas no ombro são dolorosas e podem exigir cirurgia para o reparo, mas com o tratamento adequado, mesmo se tratando de uma estrutura articular complexa, a maioria das pessoas se recupera totalmente.
O ombro é formado por três ossos principais: a clavícula (o osso abaixo do pescoço); a escápula (também chamada de omoplata e que se localiza na parte posterior do ombro); e o úmero (o osso do braço).
Quando ocorre fratura a dor é intensa, o local pode ficar inchado e com hematoma.
Em casos mais graves, é visível uma protuberância óssea.
Se você suspeitar de uma fratura no ombro, procure um médico imediatamente.
O diagnóstico de fraturas é realizado por meio da história clínica do paciente, exame físico e radiografias, usadas para confirmar e identificar o tipo e a gravidade da fratura.
Eventualmente a tomografia computadorizada pode ser usada para complementar a avaliação.
Fratura na parte superior do osso do braço (úmero), geralmente devido a quedas ou traumas diretos na região do ombro. Pode afetar principalmente idosos devido à osteoporose.
Bastante comum em jovens, após queda de bicicleta ou skate, ou em acidentes de motocicleta.
Na maioria dos casos não requer tratamento cirúrgico, mas quando ocorre encurtamento significativo pode ser necessário a abordagem com placas e parafusos.
A escápula, também chamada de omoplata, é o osso grande e triangular localizado na parte posterior do ombro.
Fraturas da escápula não são comuns, mas podem acontecer em caso de um trauma grave, como acidentes de carro, por exemplo.
Fratura que ocorre na parte da escápula onde a cabeça do úmero se encaixa (glenoide).
Geralmente é causada por traumas de grande impacto ou luxações do ombro (ombro deslocado).
O tratamento de uma fratura no ombro depende da gravidade da lesão.
Em alguns casos, pode ser suficiente imobilizar a articulação até que os ossos se curem.
Essa imobilização é feita com tipoia de Velpeau, na maior parte dos casos.
No entanto, em fraturas mais graves, muitas vezes é necessário um tratamento cirúrgico para realinhar e fixar os ossos.
Alguns tipos de fraturas no ombro que geralmente exigem cirurgia são:
Fraturas deslocadas são aquelas no qual as extremidades ósseas estão fora de alinhamento e geralmente requerem cirurgia.
Fraturas cominutivas são do tipo em que o osso se fragmenta em várias partes.
Essas fraturas geralmente exigem cirurgia para realinhar e fixar os fragmentos ósseos.
A técnica cirúrgica escolhida depende da localização e complexidade da fratura.
Fraturas deslocadas da cabeça umeral, a parte arredondada do osso do braço que se encaixa na cavidade glenoidal da escápula, geralmente só são reparadas com cirurgia.
A fixação interna com placa ou a substituição da articulação com prótese podem ser necessárias, dependendo do caso.
Fraturas da escápula ou omoplata podem exigir cirurgia, especialmente se houver um deslocamento significativo.
Como é feita a cirurgia de fratura no ombro?
Existem várias técnicas cirúrgicas utilizadas para tratar fraturas no ombro.
A escolha depende do tipo de fratura e da avaliação do ortopedista.
As técnicas mais utilizadas são as seguintes:
A artroscopia é uma técnica minimamente invasiva realizada por meio de um sistema óptico que permite visualizar e tratar o ombro realizando apenas pequenas incisões na pele.
Pode ser usada em pequenas fraturas da borda da glenoide (lesões de bankart ósseo) após episódios de luxação.
Esta é a técnica tradicional que envolve a realização de uma incisão maior e exposição da fratura.
Os fragmentos ósseos são realinhados e, em seguida, fixados com o uso de placas, parafusos, hastes intramedulares ou fios de sutura.
Em alguns casos, quando a fratura é muito grave, pode ser necessária uma substituição da articulação do ombro por uma prótese.
Em casos de fraturas expostas graves e instáveis do úmero, pode ser utilizada a fixação externa.
Os fragmentos ósseos são fixados por meio de pinos externos para uma estabilização temporária até que as partes moles comecem a cicatrizar.
Há risco de complicações?
O risco de complicações é considerável, pode ocorrer rigidez articular, lesão de nervos ou vasos sanguíneos, infecção e dificuldade de cicatrização.
Portanto, o paciente deve ficar atento, fazer acompanhamento médico e informar qualquer sintoma incomum.
Dra. Taís Brusantin de Oliva
CRM 35382 / RQE 28242
Médica formada pela UEL - Universidade Estadual de Londrina com Residência de Ortopedia e Traumatologia também pela UEL; Especialização em Cirurgia de Ombro e Cotovelo pelo Hospital do Servidor Estadual de São Paulo; Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT); Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ombro e Cotovelo.
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