Ombro congelado: o que é a capsulite adesiva

Dra. Taís Brusantin de Oliva

Ortopedista especialista em cirurgia de ombro e cotovelo

A capsulite adesiva, também conhecida como ombro congelado, ocorre quando há inflamação e espessamento da cápsula articular, uma estrutura que envolve a articulação do ombro.

A doença torna a articulação mais rígida e a pessoa perde a amplitude dos movimentos. É uma condição que pode provocar muita dor no ombro.

Ombro congelado

As causas exatas da capsulite adesiva estão relacionadas com a herança genética e problemas autoimunes, mas ainda não foram totalmente esclarecidas pela medicina.

No entanto, sabemos que existem alguns fatores de risco associados ao ombro congelado.

  • Lesões anteriores no ombro
  • Imobilização prolongada da articulação (por conta de cirurgia, por exemplo)
  • Diabetes
  • Alterações da tireoide
  • Doenças autoimunes
  • Lesões cervicais

Sintomas

A capsulite adesiva provoca dor intensa, rigidez e diminuição do movimento do braço afetado. Os sintomas progridem ao longo de meses e até mesmo de anos.

Diagnóstico

O diagnóstico da capsulite adesiva pode ser feito com base na

No entanto, é prudente realizar exames de imagem, como radiografia ou ressonância magnética, para descartar outros problemas como artrite ou lesão no manguito rotador.

Tratamento

A capsulite adesiva, ou ombro congelado, progride em três estágios distintos: estágio doloroso, estágio de congelamento e estágio de descongelamento.

O tratamento varia de acordo com cada estágio e tem como objetivos aliviar a dor, restaurar a mobilidade e promover a recuperação completa dos movimentos do ombro.

Em resumo, as medidas recomendadas para cada estágio da doença são as seguintes:

  1. Estágio doloroso (fase inflamatória)

Medicação

Uso de anti-inflamatórios para reduzir a inflamação e aliviar a dor.

Fisioterapia

Os exercícios fisioterápicos são fundamentais nesta fase para evitar a perda da funcionalidade do ombro.

As sessões ajudam a reduzir a dor, preservar a amplitude de movimentos e fortalecer a musculatura.

Injeções de corticoide

Em alguns casos, o médico pode recomendar a injeção de corticoides na articulação do ombro para reduzir a inflamação e a dor.

  1. Estágio de congelamento (fase adesiva)

Fisioterapia intensiva

A fisioterapia continua a ser fundamental nesta fase, mas agora com mais foco na recuperação da amplitude de movimentos.

Também são fundamentais os exercícios de mobilidade articular, os alongamentos e ainda a aplicação de técnicas de liberação miofascial, como a massagem.

Manipulação sob anestesia

Em alguns casos, quando o resultado da fisioterapia não progride conforme o esperado, podemos considerar a realização de manobras do ombro.

Isso significa forçar suavemente o ombro para recuperar a amplitude de movimento.

Para maior conforto do paciente, a manipulação geralmente é feita com anestesia.

Injeções de corticoides

Se a dor persistir, podem ser aplicadas injeções de corticoides direto na articulação.

  1. Estágio de descongelamento (fase de recuperação)

Fisioterapia de reabilitação

Nesta fase, o foco principal é fortalecer os músculos ao redor do ombro.

As sessões de fisioterapia também incluem exercícios funcionais que imitam as atividades diárias.

Continuação do tratamento em casa

O paciente é geralmente orientado a continuar com exercícios em casa para manter e avançar nos resultados obtidos na fisioterapia.

Acompanhamento médico regular

É importante fazer visitas de acompanhamento com o ortopedista e o fisioterapeuta para monitorar os resultados do tratamento e, se necessário, fazer ajustes para garantir a recuperação completa.

Qual a duração do tratamento?

O tratamento da capsulite do ombro pode ser longo, é preciso ter paciência e disciplina.

A recuperação dura meses e até anos.

Em alguns casos, podemos usar antidepressivos para auxiliar os pacientes a conviver com a dor com mais resiliência.

Raramente é preciso fazer uma cirurgia para tratar o ombro congelado.

Converse abertamente com o médico, tire todas as suas dúvidas e se dedique aos exercícios na fisioterapia.

O tratamento conservador pode ser demorado, mas geralmente dá resultado.

Dra. Taís Brusantin de Oliva

CRM 35382 / RQE 28242

Médica formada pela UEL - Universidade Estadual de Londrina com Residência de Ortopedia e Traumatologia também pela UEL; Especialização em Cirurgia de Ombro e Cotovelo pelo Hospital do Servidor Estadual de São Paulo; Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT); Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ombro e Cotovelo.

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